Iporã - Paraná

terça-feira, 16 de junho de 2015

Estudantes da UFPR ficam sem comida por falta de repasse do governo federal

Hoje só teve arroz e feijão no bandejão. Esta é situação que os estudantes da UFPR encontraram os restaurantes universitários do centro politécnico e Jardim Botânico. Amanhã pode faltar comida. O RU central já está fechado por conta da greve dos servidores das universidade. A pró-reitoria alega atraso na renovação de contratos com as empresas que fornecem os alimentos, mas segundo os estudantes, os problemas vêm desde o início do ano letivo. Geralmente falta carne e parte dos dias, apenas arroz e feijão eram servidos como aconteceu hoje.  Segundo a Frente de Estudantil do Paraná, os atrasos nos repasses e falta de alimentos são reflexos do corte de verbas do Ministério da Educação  para as universidades como parte das medidas de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff (PT). Os restaurantes universitários servem café da manhã, almoço e janta como parte da política de assistência estudantil da universidade. Só em Curitiba, são servidos cerca de 6,5 mil refeições no almoço e duas mil refeições na janta diariamente, inclusive aos finais de semana. Segundo informações do sindicato dos trabalhadores em educação, que comanda a greve dos técnicos na UFPR, UTFPR, IFPR e Unila, esse não é o único reflexo dos cortes do governo federal nas universidades que afetam os estudantes.  No início do mês, houve atraso de 10 dias no pagamento das bolsas de assistência estudantil na UFPR e apenas após uma manifestação dos estudantes e servidores, a universidade se pronunciou através da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil dizendo que houve atraso no repasse de verbas do MEC para a UFPR que geralmente eram depositados antes do quinto dia útil do mês, mas nesse mês de junho só foi depositado no dia 15. Corte de verbas - Como parte das medidas de ajuste fiscal do governo Dilma, promovidas pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy, afetou o orçamento de todos os ministérios, no MEC não seria diferente. A pasta passou pelo maior corte, cerca de R$ 7 bilhões, mas como as universidades tem autonomia universitária garantida pela constituição,a disputa em cada universidade têm sido em onde esses cortes se refletirão.  Em algumas os cortes foram feitos prioritariamente na assistência estudantil, em outras nas condições de trabalho dos servidores, interrupção na ampliação de vagas nas universidades, não pagamentos para fornecedores privados como alimentação, água, luz e serviços terceirizados.  Em reposta a isso, os professores universitários e os servidores técnicos, através do Andes, sindicato dos professores, e da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos) estão mobilizando ambas as categorias para uma greve nacional em todas as Ifes. No caso dos servidores a greve já afeta 58 universidades, no caso dos professores afetam apenas 23 das 63 universidades, mas de acordo com o Andes, muitas universidades optaram por não fazer greve nesse momento para não interromper o fechamento do semestre para não prejudicar os estudantes e a previsão é que após o fim do semestre mais universidades irão aderir a greve.